EXERCÍCIOS, QUANDO COMEÇAR?

A resposta é simples: desde o começo! O bebê se movimenta, alonga, mexe com as pernas e braços. Aprende a rolar, o que, no início é um enorme exercício. Depois se senta, engatinha e anda. E aí, não para mais, até chegar à vida adulta e conhecer o sofá, controle remoto e balde de pipoca!

Mas, como os adultos podem contribuir para que o bebê , a criança e o adolescente, sejam ativos? Em cada fase da vida, um tipo de estímulo pode ajudar. Para o bebê pequeno, o primeiro estímulo está em colocá-lo de bruços (barriga para baixo) nos momentos em que estiver acordado. Essa posição permitirá ao bebê explorar movimentos diferentes, como empurrar os braços contra a superfície, elevando o tronco, movimentar as pernas, pressionando os pés contra o colchão etc. Depois, os pais devem seguir o ritmo do seu filho e, à medida em que este for desenvolvendo novas habilidades motoras (rolar, sentar, engatinhar), facilitar que estas ocorram, colocando o bebê em uma superfície suficientemente firme e com estímulos para que se movimente (objetos ou brinquedos). Sempre respeitando o ritmo da criança, sem a preocupação de acelerar o seu desenvolvimento. Se a criança não está pronta para sentar, não adianta tentar forçá-la a ficar nessa posição. O mesmo quando começar a andar. Espere que a criança dê seus passos apoiada para então estimulá-la. Não usem andadores para tentar acelerar o andar da criança.

À medida que a criança cresce, o que ela precisa é brincar, de preferência ao ar livre. Correr solta pela praça ou praia, ficar numa piscina com bóias e acompanhada de um adulto responsável ( de chapéu e com filtro solar), são excelentes formas de uma criança se exercitar.  Sei que é trabalhoso e exige um bom tempo dos pais, mas os benefícios de permitir que uma criança se exercite espontâneamente são enormes. Em algum momento em torno de 2 a 3 anos a criança já consegue aprender a nadar. Ao menos o suficiente para se defender, o que é fundamental.

A partir de quatro a cinco anos, quando a criança já brinca bem com amigos, basta reuní-los em um espaço aberto e seguro, sob supervisão, que econtrarão a forma de se divertirem, correndo, pulando, catando coisas, sentando e levantando. Não precisam de brinquedos caros e sofisticados, só o espaço e amigos. O resto, deixem por conta da criatividade e energia deles. Nessa idade também é divertido fazer programas familiares, como caminharem juntos, jogarem amarelinha, corida de saco, rolar na grama, dar cambalhotas, pular corda, salto em altura e passar por baixo de uma vara. Algumas crianças já andarão de bicicleta com rodinhas e isso pode ser muito divertido também (lembrando sempre do uso do capacete). Programas familiares ao ar livre fazem bem para a família toda!

Em torno dos 6 ou 7 anos, quando a criança já estiver com boa aptidão física e coordenação, pode-se pensar em algum esporte. Não com o rigor competitivo, mas como algo lúdico e diveritdo. Esportes coletivos são sempre muito desejados e animados. Mas os pais também deveriam pensar em esportes que a criança pudesse praticar pelo resto da sua vida, como por exemplo, tênis, pedalar etc. Esportes coletivos podem ser jogados pela vida toda, mas exigem um pouco mais de logísitca do que os esportes individuais.

Para as meninas, aulas de dança funcionam bem como um exercício e costumam ser muito apreciadas por elas. Além do fato de que dão direito a uma apresentação de final de ano, onde toda a família se emociona!

Na adolescência, o estímulo para os exercícios pode ser fazer algo que os pais também façam. Por exemplo, correr ou pedalar com os pais. Pode ser ainda um estímulo para que os pais voltem a fazer algo que já fizeram quando jovens, como o surfe, por exemplo. A prática da ioga também é uma alternativa interessante para adolescentes pois, além do exercício físico, traz benefícios para a saúde mental.  O exercício ou esporte, nessa fase da vida, é um ótimo motivo para pais e filhos estarem juntos, se desafiando, rindo e, principalmente, estabelecendo um vínculo fundamental em uma idade naturalmente conturbada.

Quanto à musculação, não há nenhuma contra indicação para a sua prática. Pelo contrário, todos os estudos realizados demonstram que um programa de musculação feito por profissional competente e sob supervisão qualificada só traz benefícios, a partir da pré adolescência. A questão é que adolescentes tendem a exagerar nas cargas e querem resultados rápídos, se expondo a riscos de lesões. Por esse motivo, a recomendação é que pratiquem musculação sob supervisão.

Crianças que vivem ao ar livre brincando e praticando esportes, associados a uma boa alimentação , têm uma probabilidade muito maior de se tornarem adultos saudáveis e felizes.  E adultos que, por um motivo ou outro, se tornaram sedentários, têm, com seus filhos, uma excelente oportunidade de “entrar em forma”!

Divirtam-se mais ao ar livre com seus filhos. Qualquer dúvida ou comentário, por favor me enviem.

15 comentários em “EXERCÍCIOS, QUANDO COMEÇAR?”

  1. Fabiana Fogolin

    O Rio de Janeiro ajuda muito! Estou sentindo essa diferença, apesar de detestar os pombos da praça. E haja fôlego pra correr atrás dos dois! Eles amam! Ah! “Entrar em forma”? Bom vamos pular esse tema … rs!

    1. Dr. Roberto Cooper

      Fabiana,
      Sem dúvida o Rio é uma cidade privilegiada em termos de espaços públicos ao ar livre, onde crianças (e adultos) podem brincar e se exercitar. Mas, praticamente todas as cidades possuem suas praças, parques, lagos ou lagoas. O importante é variar e sair um pouco do esquema casa/tv-shopping. Todo mundo ganha. Quanto ao “entrar em forma” se vai pular esse tema, já está fazendo um exercício (pular)! Pior seria se sentasse em cima do tema.

  2. Penso em botar meu filho de 2,4 anos numa natação em breve. Mas sinto um certo nojo quanto à limpeza das piscinas públicas (como a do Flamengo, por exemplo). Até pq nessa idade a criança ainda bebe muita água. Sem contar micoses e tal. O q fazer? Esperar mais um pouco ou se consolar com o fato de q, mal ou bem, o filho está tomando vitamina S?

    1. Dr. Roberto Cooper

      Marina,
      Piscinas de clubes costumam ser tratadas, entre outras coisas, com cloro. Não mata todos os “bichinhos”, mas deixa a água razoavelmente limpa. Além disso, seu filho deve colocar a mão na boca depois de brincar na praia, na praçinha etc. Portanto, acho que, com 2 anos e 4 meses, você pode considerar que alguma vitamina S ele vai tomar. Curiosamente, os americanos tem uma teoria- Teoria da Higiene- para explicar o aumento do casos de alergia. Alguns autores acreditam que a obsessão americana por matar bactérias pode ter produzido esse aumento de alergia (faltou vit. S). Há um estudo sobre a asma em crianças da cidade versus as que vivem em fazendas. Menos asma em quem vive em fazendas. Uma das hipóteses- maior quantidade de vit. S. O mais importante, seu filho vai se divertir e aprender algo que é mais do que um esporte, é uma habilidade de segurança e sobrevivência!

  3. Olá dr. Cooper.

    Quando te conheci minha filha estava com 05 meses e você me perguntou se ela já estava sentando…a resposta foi não. Apesar dos estímulos , digamos que ela tinha um ritmo mais lento, se assim gostam de dizer.
    Maezissima de primeira viagem cheguei em casa disposta a ” treina-la” para se sentar nos próximos meses…a movimentação começou…e nunca mais parou 🙂
    Era verão e o calor me fez matricula-la não só em uma aula de natação como numa aula de psicomotricidade em um desses espaços fechados especializados nisso.
    Ambos foram excelentes para ela.
    No inicio todas as atividades pareciam bobas, sem o menor efeito. Como tempo e a persistência minha filha foi se interessando e se desenvolvendo e hoje, aos 2 anos e 4 meses, além de ser uma criança que adora atividade física, virou uma peixinha e uma exímia escaladora, hahahaha, cheia de habilidades. Cuidado triplicado mas vida saudável garantida.
    Que se inicie o ballet !!!

    Bjs

    Bia

  4. Dr. Roberto Cooper

    Bia,
    Como é importante cuidarmos do que dizemos. Nunca sabemos, exatamente, o impacto que nossas palavras podem ter. Se perguntei sobre sua filha sentar, era apenas uma pergunta sobre a evolução do seu desenvolvimento. Nunca imaginei que pudesse desencadear um “treinamento”.
    Pelo visto, com muito sucesso! Breve, ballet (mas espera um pouco!).

    1. Dr. Cooper,
      Suas palavras foram bem colocadas, alias carinhosamente colocadas e explicadas. Apenas aproveitei a oportunidade para iniciar as atividades fisicas alem casa. E foi otimo e deram super certo, ela adorou. Hoje a Manuela e uma crianca muito ativa e isso nos ajudou a regular seu sono e sua alimentacao.
      Ballet daqui a uns 2 anos…
      bj

  5. Karla Rodrigues de Almeida

    Dr. Roberto fiquei com uma dúvida sobre o andador. Sei que vcs são absolutamente contra mas percebi que o motivo é porque acham que é errado tentar acelerar o andar da criança, o que concordo totalmente. Tenho um bebe de 9 meses e pensei em comprar um pra ele mas a minha intenção era a de que ele se divertisse mais e não de acelerar o andar, já que ele nem engatinha ainda, mas já senta. Ele fica o dia inteiro na creche e lá eles também não usam andador, então ele usaria apenas alguns minutinhos, nos finais de semana…. Ainda assim é contra-indicado???? Muito obrigada pela atenção e por este site que tanto nos orienta… (o que seria das mães de primeira viagem sem ele heim???).

    1. Dr. Roberto Cooper

      Karla,
      Eu diria que seu bebê de 9 meses já tem muita coisa para se divertir! Basta ele ficar sentado ou deitado, com coisas perto para ele achar a maior graça. Muito brevemente vai engatinhar e aí tudo será um grande parque de diversões. Francamente, não vejo o andador como uma diversão essencial para seu filho. Muitas vezes, somos nós adultos que achamos mais graça em ver as crianças fazendo algo diferente. Não é uma contra-indicação rígida. Apenas gostaria que ficasse tranquila com relação à quantidade de estímulos que ele já tem.
      Aproveito para agradecer suas palavras gentis com relação ao blog. Mas, estou convencido de que mães de primeira viagem sabem o que fazer, sempre. Um livro ou um blog pode ajudar, mas no fundo, no fundo, você sabe o que deve ser feito. Portanto, não siga regras, siga o seu coração.

      1. Karla Rodrigues de Almeida

        Que lindo!!!! Mas não é bem assim…. morro de medo de seguir o coração e fazer algo errado com ele que pode ser ruim, sei lá, mas por enquanto tá dando certo rsrsrsrs. Obrigada por mais este esclarecimento e já que não é uma contra-indicação rígida…. vou seguir o coração.

        1. Dr. Roberto Cooper

          Karla,
          Você vai errar! Relaxe. No entanto, é muito pouco provável que erre de forma significativa ou importante. Só erra quem ousa. Mas, só quem ousa, tem o prazer de se sentir verdadeiramente criando ou educando seu filho. Quem segue regrinhas (dos outros), não tem esse prazer. Divirta-se!

  6. Muito bom o post Dr. Cooper, e me fez sentir que eu e o Matheus estamos no caminho certo!

    Nos exercitamos, temos nossa rotina e nossos horários, mas não abrimos mão da diversão. Brincamos de esconde-esconde, fazer cabaninha, etc. Mas não vejo a hora que ele compreenda um pouco melhor as coisas para ensinar à ele as brincadeiras que eu fazia na infância….e os jogos de tabuleiro então….que delícia podermos brincar em família!

    Procuro estar sempre presente (de corpo e principalmente, de alma), sempre dando carinho e atenção no que quer que estejamos fazendo. Até quando estou ocupada com alguma tarefa, lhe dou atenção quando me solicita.

    Acho que realmente quando damos carinho aos nossos filhos e agimos com o coração as coisas fluem bem e harmoniosamente!

    PS.: Li 2 livros que achei interessantes e que me auxiliaram muito a ser mais relaxada e flexível com meu bebê e também a importância de ser presente e de não deixar que a TV, a INTERNET ou os GAMES façam um papel que é meu: o papel de EDUCAR MEU FILHO!!! Fica a dica:

    1º -> A Vida do Bebê. – 23ª Edição, pediatra Dr. Rinaldo de Lamare.

    2º -> Pais Brilhantes, Professores Fascinantes. – Augusto Cury.

    Abçs,

    Roberta dos Reis

    1. Dr. Roberto Cooper

      Roberta,
      Obrigado pelas dicas. O livro do Dr. De Lamare é um clássico, super conhecido e apreciado. Quanto ao livro do Augusto Cury, vou procurá-lo. Concordo que carinho e coração ajudam a fazer fluir a relação de desenvolver nossos filhos. O que eu considero muitas vezes mais difícil é o reconhecimento de que o outro é diferente de mim e, nem sempre, o que eu acho que é o melhor para ele (com todo carinho) é o que ele precisa. Portanto, eu acrescentaria ao carinho e coração, a capacidade de “ouvir” o outro e entender seus momentos e necessidades. Carinho pode sufocar, ainda que involuntariamente. Apenas aproveitei seu comentário para fazer este. Nem de longe me parece ser o seu jeito de ser mãe.

    1. Dr. Roberto Cooper

      Prezado Celio,
      Dado o risco de um acidente, sugiro que busque ambientes mais seguros do que uma esteira para uma criança caminhar ou correr. Além da segurança, existe o aspecto lúdico. Correr com o filho em um ambiente onde se possa fazer curvas, desviar, ver uma paisagem é bem mais recomendável do que uma esteira.

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